O tempo, de todos é rei e senhor,
Pois manda e desmanda, costura e destrói;
De um faz refém; de um outro, herói.
É lépido ou lento pro gozo ou pra dor.
Manipula os fios do nosso destino
E tece sua teia sem que se o veja;
Se dorme de velho na mais velha igreja,
Não pára um segundo na festa: um menino.
Se passa envelhece, amortece se pára.
Ninguém sabe ao certo como é sua cara,
A quem obedece esse deus que é o tempo?
O que o acelera? pergunta o doente.
Mas nada o segura, sabe toda a gente;
Só que é viver o melhor passatempo.