Fui ao mercado no domingo de manhã, cedinho. Catei as coisas que queria e
fui ao caixa mais próximo. Coloquei as comprinhas sobre a esteira e a
moça, sonolenta, do jeito que estava, ficou.
Olhei pra ela que entendeu na minha expressão o que eu perguntava. Como resposta, levantou a sobrancelha direita e entortou o lábio inferior para cima a apontar alguma coisa.
Segui a indicação e dei de cara com uma placa em que se lia isso: “Caixa preferencial para deficientes físicos, gestantes, mães com crianças de colo e idosos.”
Voltei para ela e fiz cara de “e eu com isso?”.
Ela:
- O senhor não sabe ler, não?
Disse eu com a calma que Deus me deu e que tem me mantido vivo até hoje:
- Querida, a placa informa que este caixa é preferencial para deficientes físicos, gestantes, mães com crianças de colo e idosos. PREFERENCIAL! Sabe o que quer dizer isso? Quer dizer que, entre mim e um idoso, você deve dar preferência ao velhinho. Se estivermos eu e uma grávida, é ela que você deve atender primeiro. Como não há ninguém neste caixa, além de mim, é a mim que você tem de atender, está bem?
Ela, contrariada, chamou o gerente, mostrou a placa, apontou para mim e fez lá as queixas que achava justas. Repeti as explicações ao gerente que sem entender bem o que eu dissera, mandou que ela me atendesse o que ela fez com a maior má vontade deste mundo.
Fiquei na ponta da esteira agarrando os produtos que ela registrava e arremessava na minha direção.
Ao terminar, voltei a ela e disse:
- Caso você só queira registrar as compras dos chamados portadores de necessidades especiais, peça ao seu gerente que escreva na placa, em lugar do adjetivo PREFERENCIAL um outro adjetivo: EXCLUSIVO!
Olhei pra ela que entendeu na minha expressão o que eu perguntava. Como resposta, levantou a sobrancelha direita e entortou o lábio inferior para cima a apontar alguma coisa.
Segui a indicação e dei de cara com uma placa em que se lia isso: “Caixa preferencial para deficientes físicos, gestantes, mães com crianças de colo e idosos.”
Voltei para ela e fiz cara de “e eu com isso?”.
Ela:
- O senhor não sabe ler, não?
Disse eu com a calma que Deus me deu e que tem me mantido vivo até hoje:
- Querida, a placa informa que este caixa é preferencial para deficientes físicos, gestantes, mães com crianças de colo e idosos. PREFERENCIAL! Sabe o que quer dizer isso? Quer dizer que, entre mim e um idoso, você deve dar preferência ao velhinho. Se estivermos eu e uma grávida, é ela que você deve atender primeiro. Como não há ninguém neste caixa, além de mim, é a mim que você tem de atender, está bem?
Ela, contrariada, chamou o gerente, mostrou a placa, apontou para mim e fez lá as queixas que achava justas. Repeti as explicações ao gerente que sem entender bem o que eu dissera, mandou que ela me atendesse o que ela fez com a maior má vontade deste mundo.
Fiquei na ponta da esteira agarrando os produtos que ela registrava e arremessava na minha direção.
Ao terminar, voltei a ela e disse:
- Caso você só queira registrar as compras dos chamados portadores de necessidades especiais, peça ao seu gerente que escreva na placa, em lugar do adjetivo PREFERENCIAL um outro adjetivo: EXCLUSIVO!