LEMBRANÇAS DO MEU PAI
No meio da década de 60 do século passado, meu pai, bilheteiro do quadro móvel da ADEG, hoje SUDERJ, me levava para o Maracanã antes de as partidas começarem. Chegávamos por voltas das 14h30. Ele me instalava num canto da Tribuna de Imprensa ou das cadeiras, sob as vistas de algum guarda conhecido, e ia trabalhar.
Eu ficava lá sozinho, assistindo aos jogos. Primeiro, os aspirantes ou o jogo preliminar e, em seguida, o chamado "jogo de fundo", o das 17h. Antes do fim do primeiro tempo da partida principal, meu pai reaparecia e me perguntava o que eu tinha visto. E eu, repórter mirim, fazia a resenha. Ele, orgulhoso, chamava uns conhecidos para me ouvirem os comentários. Depois, para comprovar minha inteligência ou esperteza, fazia o teste final. Apontava para o gramado e perguntava: - Quem é aquele lá? Eu dizia sem pestanejar: - É o Gérson! - E aquele, voltava ele. E eu, na lata: - Jairzinho! Não satisfeito, perguntava sobre os craques de outros times. Eu nem titubeava: - Liminha! Denilson! Zanata!
O grupo aprovava, alguns faziam elogios, e voltavam todos para as suas funções e eu para o jogo.
Desfilaram diante dos meus olhos, naqueles jogos inesquecíveis, por seus clubes ou pela seleção canarinho, os maiores craques do futebol brasileiro da época. Vi Paulo César, os dois Edus, o do Santos e o do América, Dirceu Lopes, Almir, Tostão, Rivelino, Nei, Afonsinho, Rogério, Zequinha, Aladim, Carlos Alberto e o maior de todos: Pelé.
Naquelas tardes imortais, testemunhei gols e jogadas espetaculares, guardados em detalhes na minha videoteca interior, misturados aos poemas, letras de músicas e trechos de romances que decorei ao longo da vida. Nas noites de insônia e falta de inspiração, revejo em slow motion, no DVD da memória, esses lances que me marcaram e que são uma forma de lembrar e homenagear meu pai, que me proporcionou esse presente que hoje é passado.
Foi ele que apresentou, também, Ataulfo Alves, Noel Rosa, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Cartola, Geraldo Pereira, Ciro Monteiro e Nelson Cavaquinho, nas vezes em que andávamos pelas ruas dor Rio para poupar a passagem.
Mas isso já é uma outra história.
No meio da década de 60 do século passado, meu pai, bilheteiro do quadro móvel da ADEG, hoje SUDERJ, me levava para o Maracanã antes de as partidas começarem. Chegávamos por voltas das 14h30. Ele me instalava num canto da Tribuna de Imprensa ou das cadeiras, sob as vistas de algum guarda conhecido, e ia trabalhar.
Eu ficava lá sozinho, assistindo aos jogos. Primeiro, os aspirantes ou o jogo preliminar e, em seguida, o chamado "jogo de fundo", o das 17h. Antes do fim do primeiro tempo da partida principal, meu pai reaparecia e me perguntava o que eu tinha visto. E eu, repórter mirim, fazia a resenha. Ele, orgulhoso, chamava uns conhecidos para me ouvirem os comentários. Depois, para comprovar minha inteligência ou esperteza, fazia o teste final. Apontava para o gramado e perguntava: - Quem é aquele lá? Eu dizia sem pestanejar: - É o Gérson! - E aquele, voltava ele. E eu, na lata: - Jairzinho! Não satisfeito, perguntava sobre os craques de outros times. Eu nem titubeava: - Liminha! Denilson! Zanata!
O grupo aprovava, alguns faziam elogios, e voltavam todos para as suas funções e eu para o jogo.
Desfilaram diante dos meus olhos, naqueles jogos inesquecíveis, por seus clubes ou pela seleção canarinho, os maiores craques do futebol brasileiro da época. Vi Paulo César, os dois Edus, o do Santos e o do América, Dirceu Lopes, Almir, Tostão, Rivelino, Nei, Afonsinho, Rogério, Zequinha, Aladim, Carlos Alberto e o maior de todos: Pelé.
Naquelas tardes imortais, testemunhei gols e jogadas espetaculares, guardados em detalhes na minha videoteca interior, misturados aos poemas, letras de músicas e trechos de romances que decorei ao longo da vida. Nas noites de insônia e falta de inspiração, revejo em slow motion, no DVD da memória, esses lances que me marcaram e que são uma forma de lembrar e homenagear meu pai, que me proporcionou esse presente que hoje é passado.
Foi ele que apresentou, também, Ataulfo Alves, Noel Rosa, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Cartola, Geraldo Pereira, Ciro Monteiro e Nelson Cavaquinho, nas vezes em que andávamos pelas ruas dor Rio para poupar a passagem.
Mas isso já é uma outra história.
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